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Com Excesso De Estoque, Montadoras Decidem Se Vão Diminuir O Preço Dos Veículos
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Funcionários recebem férias coletivas das montadoras por conta do estoque
- Por Anderson Santos
- 23/03/2023 14h46 - Atualizado há 1 ano
As montadoras estão cada vez mais enchendo seus pátios de
estoques de veículos mas essa situação não vai mudar o preço dos veículos. A
ideia que se esperava era que com produtos "sobrando" as montadores
diminuiriam o valor dos produtos.
Recentemente a Volkswagen, GM, Stellantis, Mercedes-Benz e
Hyundai tiveram que parar a fabricação de veículos e colocar funcionários em
férias coletivas, enquanto as vendas de automóveis registram uma queda.
As montadoras alegam estarem ajustando a produção à nova demanda do mercado, que se reduziu com o aumento dos juros e encarecimento dos financiamentos.
Pandemia Ainda Afeta Montadoras
a expectativa é de que o preço dos veículos novos começem a diminuir - Imagem: Reprodução
Os analistas explicam que as montadoras não podem abrir mão
das margens de lucro por conta do momento atual que vivem, principalmente por
conta da pandemia de Covid.
Assim, vão na contramão da lei de oferta e demanda, onde o
excedente de produção, em tese, deveria criar novas condições para a
comercialização de veículos.
Com o valor de produção la no alto por conta de entraves
logísticos e falta de matériabprima perante os anos anteriores, as empresas
precisam recuperar o tal "dinheiro perdido".
As cadeias logísticas têm melhorado em 2022, mas mesmo assim
houve a guerra na Ucrânia que gerou novos conflitos em preços de commodities
necessárias para a indústria.
Além do mais, o mercado segue extremamente competitivo,
visto que as fábricas correm contra o tempo em busca de criar veículos que
funcionem com novas matrizes energéticas, por exemplo.
A eletrificação da linha demanda investimentos em pesquisa e
eficiência, para que o veículo tenha assim um valor justo e competitivo dentro
do mercado automobilístico.
"As montadoras precisam gerar rentabilidade para fazer
frente ao desafio de investimentos de conectividade e motorização", diz
Antônio Jorge Martins, professor de mercado automotivo da Fundação Getulio
Vargas (FGV-SP).
"A única possibilidade de redução de preços é uma
redução nos custos. Tanto de peças, componentes, semicondutores, logística e
até a desvalorização cambial. Basicamente, todos esses fatores teriam que
caminhar nessa direção para uma mexida de preço."